LIVRE

 

Foste livre para escolher                                                                  

O bastante para perder o teu amor

E com mais sensatez 

Procuro limpar de vez esta dor

 

Faz, faz bem amar alguém                                   

Faz, faz bem amar como ninguém                           

 

É preciso perder-te

Sentir que longe é tão perto

Baralhas a minha mente               

Gostar assim é incerto

 

Faz, faz bem amar alguém                                   

Faz, faz bem amar como ninguém                           

 

Se por acaso te encontrar

De certeza vou gritar

 

Faz, faz bem amar alguém                                   

Faz, faz bem amar como ninguém   

 

 

 

                        

FIM DE VERÃO

 

Levantei as mãos e toquei no céu

Não te vejo nem te sinto

Só me lembro afinal

Do sol, do vento e do mar

 

Marcámos na areia os nossos corpos

Os segredos seriam votos

Sempre, sempre companheiros

Trocámos caricias e beijos

 

E entre as mãos, o luar

 

E há um anjo que me acompanha,

Tão discreto, tão secreto

E uma voz que desenha o adeus

 

O outono caiu, e o amor acabou

Por um triz eu te vi, acenei e parti.

 

E há um anjo que me acompanha,

Tão discreto, tão secreto

E uma voz que desenha o adeus

 

 

 

PURO PRAZER

 

Venho por bem, não vou lutar

Quero somente te abraçar

Breve momento a sonhar

 

Ser ou não ser não é questão

Ter ou não ter, não tem razão

Breve momento a sonhar

 

Entre partir, entre ficar

A ilusão de te amar

Breve momento a sonhar

 

Deuses a sorrir, puro prazer

 

 

 

ASSIM

 

Circulando em trânsito, à procura do amor

Soletrando murmúrios, sem jeito para compor

E a vontade de te querer assim

 

Com a mão no peito, aos deuses rezo

Tatuei uma rosa cruz, fiz jura e não pequei

E a vontade de te querer assim

 

Talvez um dia digas sim

Não tem de saber

O prazer é assim.

Enfim

 

E a vontade de te querer assim

E a vontade de te querer assim

 

 

JOHNNY GUITAR

 

Conta uma história mas não de embalar                                                                                   

Sem herói ou vilão, como uma canção

 

Terno e doce como noite de luar

Guardo a memória do teu olhar

 

Qual a verdade? Qual o poder?

A força da idade? A fome de viver?

 

Mais atento não posso estar

Vivo o momento sempre a pensar

 

Qual a verdade? Qual o poder?

A força da idade? A fome de viver?

 

 

FANTASMA

 

Descanso, sentado, e aprecio este mar

O dia desperta, mal se dá pelo teu andar

Uma noite dos meus sonhos. Tenho mesmo de acordar.

 

Estranha sensação, que aparece sem se ver

A palma da mão, tem rios de prazer.

O sorriso dos teus olhos, o que foi e o que há de ser.

 

Perdi-me em ti, sem tempo ou idade

A dor no ar, um lamento na cidade

O meu corpo no teu corpo, e o que há a revelar

 

 

 

DÁ-ME VIDA

 

Gosto de pensar, que voltarei a ver nos teus olhos

O azul profundo do mar.                                                                         

O vento a bater, e as mãos no teu cabelo.

Sentir a maresia do teu corpo                                                                

 

Quando acordar contigo a meu lado,

Estarei atento ao teu olhar.

Basta um sinal ou uma palavra tua,

E cantarei a nossa canção.

 

Dá-me vida, dá-me todo o teu amor, Dá-me vida

 

Gosto de pensar que foste a única que amei.                                                         

Flor azul do mar.                                                                  

Um só dia nesta vida, foi pouco para durar

 

Dá-me vida, dá-me todo o teu amor, Dá-me vida

 

 

 

CERTEZA NO OLHAR

 

Caminho entre a chuva, com ideias a brilhar                             

Corro com o vento, sou o melhor a imaginar

A noite chega depressa, não há tempo a perder

Movem-se sombras, o que irá acontecer?

 

Estou onde quero estar, não vou fugir 

Certeza no olhar.                                                                                                                                                                                                                         

A vida não é certa, é o que tenho para contar                                                     

As imagens na calçada, são reflexos do luar                                       

Vamos até ao fim, não olhamos o passado                                        

Vou na frente, não estou assustado 

                                                   

Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.

Depois desta paragem a frescura desta aragem

Que se vê, que se dá, e não mais volta para trás.

Na vida e na morte vou cuidar da minha sorte.

 

Estou onde quero estar, não vou fugir

Certeza no olhar

 

 

TÔMBOLA

 

Vivo na procura                                                                                 

Sem rumo ou orientação

Num estado de loucura

A navegar a multidão

 

Dar o sonho por certo

Com o desejo em mim

Fintar a morte

Viva a sorte

 

Sempre que te vejo

Sempre o desejo

 

Vicio de sempre

Olhar contente

Ao pôr de lado

Quem é amado

 

Sempre que te vejo

Sempre o desejo

 

 

LINHA CURTA

 

Segue o sol até o perder, não há nuvem que te trave

Passo a passo entre o perigo, não podes chegar tarde

 

A imagem que me dá a janela deste mundo

Uma alma que arde, nada é verdade

O meu sono é profundo

 

Há uma luz na escuridão, uma porta que se abre

Pensa bem com o coração, não interessa a caridade

 

Talvez um dia chegue a esperança, mesmo que seja o fim

Tens um sonho a cumprir, e não é fugir

Fá-lo por mim

 

Saltar a barreira, tristes e sós

Tanto por dizer, tudo por fazer

Somos todos nós